4 de ago. de 2008

Encontro Onze - Dia 31/07/08

Assuntos debatidos: Encontro baseado (num leve direcionamento) no "Como criar para si um corpo sem órgãos" que se encontra no Vol. 3 do Mil Platôs. Lidamos com o texto ele mesmo. Apresentando em slogans, falou-se da noção de Identidade e de CsO. Da abertura necessária para se fazer circular um fluxo qualquer, uma intensidade, dentro dum terreno - momentaneamente - não - tão - estratificado, ou seja, não ficar abraçado fortemente com o EU inventariado e fazer o que circula no agenciamento do desejo não ser perversamente barrado. Como, por exemplo, o orgasmo, o prazer-descarga que vem para re-acharmo-nos em meio ao afogamento da identidade, da noção de eu-consciência, que se sentiria num momento de intensidade alta duma prática (CsO) como, por exemplo, algo estimulante como o sexo. Ponto importante para a leitura do texto, a noção de DOSES. A pergunta que Deleuze e Guattari lançam: Que aconteceu com esses corpos, esses corpos lúgrubes, vazios? A questão é que seriam recomendadas DOSES de prudência, de experimentação. Há que se ter delicadeza nessa armação. Algo como uma linha de fuga estúpida, rápida, radical, trás o desespero e a morte, a catatonia. Há recomendação numa página: Não interprete nunca! Há, na outra página, essa noção chave de DOSES de interpretação. Nunca se chega ao não-estratificado, ao espaço liso. Voltamos rapidamente, como quem foge - com uma arma na mão (Fitzgerard) - ao texto do Rizoma. Podemos ver ilustrada a noção de Identidade e essa noção de DOSES e de delicadeza, há algo mais ou menos assim: Não chegar ao ponto que não se diz mais EU, mas ao ponto que não tem qualquer importância dizer ou não EU. Pode-se ver que a oportunidade pra um Zigue-zague dentro da noção de um Eu-Inventariado é forte. Vai-se para longe ou diz-se EU, não importa. Há algo como uma liberdade dentro dessa prática de habitar o mundo das identidades, sabe, não deve-se ligar muito pra isso. Essa é a delicadeza da DOSE, de poder-se fazer esse CsO, ir lá, desejar com doses de não-identidade, de livrar-se da organização dos órgãos, com delicadeza, com uma lima muito fina, não com um martelo. Contradiz pontos do Anti-Édipo? Onde está a radicalidade da "raspagem do Inconsciente"? Mas é isso, com muita ironia e com muitas armadilhas mais, como o próprio Foucault já avisa no prefácio da ed. americana de Anti-Édipo - citado milhões de vezes aqui N'A Beira -, Deleuze e Guattari vão brincando e fazendo rir. E desafiando, sem dúvida.
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Importante: Em breve postaremos aqui no BLOG A BEIRA alguns pontos sobre o conceito de Corpo-sem-Órgãos.
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Local deste encontro: No Paço Alfândega, Recife Antigo.
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Presentes: Jorge, Pedro, Taci e, por último, praticamente só pra se despedir... Patrícia.
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Texto e proposta para o próximo encontro: Continuar com o ensaio "Como criar para si um corpo sem órgãos".
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Data, hora e local do próximo encontro: De volta à Federal! Quinta-feira, dia 07/07/08 às 14h20, nos banquinhos brancos na frente do CFCH (UFPE).
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